terça-feira, 26 de maio de 2009


Um vai a direito, outro vai
por uma volta larga e profia
em chegar à casa dos pais,
e espera pela amiga antiga.
Eu vou - com a desgraça pela nuca -
nem a direito nem esquiva
para lado nenhum, para nunca,
despenhado comboio no declive.

Anna Akhmátova, Só o Sangue Cheira a Sangue, Lisboa, 2000 (trad. de Nina Guerra e Filipe Guerra)

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