quarta-feira, 27 de maio de 2009

as pálpebras dos telhados mergulham
no sono contra o sol

há um vazio que alastra pelas ruas.

esta é uma cidade dos mortos.
esta é
por certo a cidade dos meus avós
para onde toda a gente vinha do campo.

nos próximos versos
não haverá serpentes que possam serenar os pulsos
nem as misérias privadas servirão de pretexto.
cada um tem um olho virado para onde sopra
a sombra.
hoje pelo menos
os telhados da cidade
dormem com satisfação.

Sem comentários:

Enviar um comentário