– Este corvo – disse o anacoreta – encontrei-o um dia em cima do cadáver dum mouro, tão farto de carniça e pesado que mal podia voar. Ia-lhe a dar com o bordão, levado por este instinto de hostilidade que há de espécie para espécie, mas lembrei-me que não tinha culpa de ser carniceiro e que limpar a terra da carcaça humana era obra até de misericórdia.
Aquilino Ribeiro, S. Banaboião, Anacoreta e Mártir, Bertrand Editora, 1985.
Um gozo pegado com a literatura hagiográfica. Dos melhores aquilinos que li.
ResponderEliminarA melhor companhia para esta época.
ResponderEliminarquando os lobos uivam talvez se adeque melhor ;) ou "a maravilhosa viagem de d. sebastião etc."
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