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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Paris à Noite


Este vídeo é uma colecção de fotografias de Brassaï. (Já aqui fiz referência a um livro dele.) Brassaï, pseudónimo de Gyula Halász, nasceu na Hungria em 1899, em Brassov, território que actualmente integra a Roménia. Brassaï combateu na Primeira Guerra Mundial e em 1924 mudou-se para Paris, onde já anteriormente havia estado (durante algum tempo o pai ensinou literatura na Sorbonne). O seu trabalho de jornalista e a adoração que sentia por Paris faziam-no vaguear pelas ruas, frequentemente à noite, de modo que foi tirando várias fotografias da cidade, compondo o registo que o vídeo acima mostra.
Este seu amor por (fotografar) Paris levou a que um amigo seu lhe chamasse, num ensaio, «the eye of Paris». (O amigo era Henry Miller.) Na aprendizagem da arte da fotografia Brassaï teve como mestre um compatriota húngaro, André Kertész. O fotógrafo, escultor e realizador faleceu em 1984.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Um documentário sobre Kertész


Em 1983 a BBC fez um programa sobre um dos mais geniais fotógrafos de todos os tempos. A «Parte II» está aqui. Felizmente existe o Youtube, que nos deixa ver estas coisas.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

The Heron


























Esta fotografia intitula-se The Heron e foi tirada a 26 de Abril de 1969, por André Kertész. Lembra-me La Reprodution Interdite de Magritte (1937).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Um leitor na Martinica em 1972, por André Kertész





























Este é o tipo de leitor disciplinado. Admiro esta espécie de leitor. Este não anda em telhado a ler, ou em escadas no meio do bulício da cidade, ou estendido ao contrário, com os pés em cima das costas do sofá e de cabeça para baixo. Este, meus senhores, não é o leitor de varanda, não é o leitor de café. Senta-se a uma mesa perto de uma janela num sítio sossegado e é assim que lê.
Exceptuando se estiver a ler por questões profissionais, ou a fazer uma releitura que me peça mais atenção, com muita pena minha, não sou capaz de ler assim. Há alguns anos tornei-me incapaz de ler num sítio onde trabalhasse (bibliotecas ou centro) ou onde estivesse a preparar um trabalho sobre um livro que não andasse a ler por interesse próprio. Se estou a ler o que me apetece, saio sempre do sítio onde estou a trabalhar e procuro outro poiso. Se estou numa biblioteca arrumo as minhas coisas e mudo de mesa. Nem que tenha de ficar de pé num corredor. Penso que há muitas pessoas que são assim.
Há livros para os quais gosto de olhar não com o olhar do investigador ou do estudante bafiento que quer contar figuras de estilo e dizer como se sente o sujeito poético ou o eu poético (entre estes dois venha o diabo e escolha, chamo-os por este nome e às vezes tenho a certeza absoluta que quem lá está não é nenhum deles mas o autor do poema ou alguém que não é sujeito [se entender sujeito poético como um ser meio ficcionado meio projecção do autor] nenhum mas marcadamente personagem) mas apenas como leitor: o tipo que ingenuamente se deixa levar pela mão do autor e que compareceu ao encontro apenas para se deixar encantar, por vontade desinteressada de ver o que está a ser representado e o que está em causa em determinado livro. Tenho muito medo que daqui a uns anos já não seja capaz de fazer isso. Penso que não irá acontecer. Daí migrar de sítio para sítio dependendo do que quero ler. Isto é o que se chama uma esquizofrenice, creio.
Esta foto foi, tanto quanto consegui apurar, tirada em 1972, por André Kertész, na Martinica. Não se encontra no livro de que aqui falei, uma vez que foi tirada em 1972 e o livro abrange fotografias tiradas entre 1915 e 1970.

sábado, 5 de setembro de 2009

«On Reading, IV», O livro de Elizabeth






















Esta fotografia de André Kertész está no livro de que aqui falei. O livro pertencia a Elizabeth, sua mulher. O pássaro... não sei. Nem sei se é um pássaro verdadeiro.

sábado, 15 de agosto de 2009

«On Reading», III
























André Kertész
, in On Reading, W. W. Norton and Company, New York and London, 2008.

«On Reading», II
























André Kertész
, in On Reading, W. W. Norton and Company, New York and London, 2008.

«On reading», André Kertész

A Norton tornou a publicar em 2008 um livro do fotógrafo André Kertész de 1971, onde se reúne uma série de fotografias tiradas por este fotógrafo entre 1915 e 1970.
André Kertész (1894 - 1985) foi um fotógrafo dos mais originais, inventivos e influentes do séc. XX. De origem húngara, mudou-se primeiro para Paris (em 1925) e depois para Nova Iorque (em 1936), onde não conseguiu assegurar imediatamente um posição de sucesso enquanto fotógrafo e só em meados da década de setenta é que o seu trabalho nesta área foi amplamente reconhecido, sendo-lhe reconhecido um lugar na história da fotografia.
A sua carreira enquanto fotógrafo durou setenta e três anos, começou o seu trabalho com uma câmaras tipo glass plate e terminou com uma Polaroid SX-70.
O que é curioso acerca do livro de que aqui queria falar, On reading, é que, como o título sugere, trata-se de fotografias de pessoas apanhadas pela objectiva de Kertész num momento extremamente pessoal e contudo bastante quotidiano: o momento de ler.
Neste livro encontramos gente a ler em cidades tão díspares como Tóquio, Paris, Veneza, Nova Iorque e em todo o tipo de sítios, desde cafés em avenidas, em casa, em parques, à janela de casa, em salas de aulas, recreios e até mesmo em telhados. Kertész tinha um interesse que o acompanhou ao longo da sua vida no acto da leitura, e o livro reúne sessenta e seis fotografias tiradas ao longo de um período de cinquenta e cinco anos.
A primeira fotografia deste livro foi tirada quando André Kertész tinha apenas vinte e um anos e representa três rapazes debruçados sobre um livro que está pousado nos joelhos de um deles. Todos têm um ar de curiosidade absorvida. É uma fotografia magnífica. E, tratando-se de um momento universal, ainda hoje, apesar de estarmos a avançar a passos largos para a era do e-book e do livro digital, continua a ser possível sair por aí com uma máquina fotográfica e captar um momento destes. Ainda que não com a mestria do genial André Kertész. As fotografias que temos na barra lateral deste blogue também estão inclusas neste livro.















André Kertész, in On Reading, W. W. Norton and Company, New York and London, 2008.