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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Escuta

Irmão, por favor, não estejas sempre a interromper-me. O teu riso jovem e tolo asfixia as ideias. Escuta! Presta bem atenção. O que te digo pode um dia vir a ser-te útil. Acima de tudo: não tentes ir contra a corrente. Ir contra a corrente, irmão, isso não existe, porque talvez não haja nada no mundo por que valha a pena lutar. E, porém, tens de lutar sempre, apaixonadamente até. Mas para que não te tornes demasiado ávido: lembra-te bem: não há nada por que valha a pena lutar. Tudo está apodrecido. Compreendes isto?


Robert Walser, Jakob von Guten: Um Diário, Isabel Castro Silva (trad.), Relógio d'Água, 2005.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Coetzee sobre Walser

"On Christmas Day, 1956, the police of the town of Herisau in eastern Switzerland were called out: children had stumbled upon the body of a man, frozen to death, in a snowy field. Arriving at the scene, the police took photographs and had the body removed.

The dead man was easily identified: Robert Walser, aged seventy-eight, missing from a local mental hospital. In his earlier years Walser had won something of a reputation, in Switzerland and even in Germany, as a writer. Some of his books were still in print; there had even been a biography of him published. During a quarter of a century in mental institutions, however, his own writing had dried up. Long country walks—like the one on which he had died—had been his main recreation."

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terça-feira, 21 de junho de 2011

Excelente

Tu és agora um zero à esquerda, querido irmão. Mas quando somos jovens devemos ser um zero à esquerda, pois não há nada de mais pernicioso do que ser importante quando ainda se é demasiado novo, quando ainda é demasiado cedo. É claro, és importante para ti mesmo. Bravo. Excelente. Mas no mundo ainda não és nada, e isso é também excelente.

Robert Walser, Jakob von Guten: Um Diário, Isabel Castro Silva (trad.) Relógio d'Água, 2005.