quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Visto daqui


Pensei há tempos em tentar fazer uma colagem que expressasse algum aspecto da minha vida na Inglaterra pós-Brexit. A confusão geral reina, a abada dos tories nunca aconteceu, o Jeremy Corbyn (alguém francamente decente em qualquer dos casos) recuperou uma aura de respeitabilidade que garante com maior ou menor eficácia que os Conservatives tão depressa não tentam outra eleição. O verão decorre a uma temperatura de inverno. Uma pessoa percorre o triângulo entre uma ou duas livrarias de casaco north face abotoado até meio dos olhos  e topa com livros do BoJo em secções respeitáveis, versando os ditos livros sobre assuntos que convidam reflexões mais ou menos freudianas - seria o mesmo que ter o Santana Lopes a escrever livros sobre o império romano.


Entretanto alguém despacha a tal colagem, que é aquela que se vê ali acima. Arriscaria ainda o palpite de que esta colagem vai bem com esta série de tweets do James Chapman, que será apelidado de remoaner e scaremonger.  A maior parte das perguntas que ele coloca, no que parece ter sido um momento que aconteceu algures entre o estar lixado da vida e o colapso nervoso, deviam ser óbvias mas continuam sem ser debatidas.

Inglaterra é um país verde e frio durante o verão, uma pessoa senta-se num banco de jardim posto num cemitério a comer a sandes do almoço e a ouvir o Morrissey cantar sobre as escolas de Manchester. Se tudo falhar, há-de sempre haver aquele clip do Oscar Isaac no Inside Lewyn Davis, a cantar o The death of queen Jane, que inclui aqueles versos: If I lose the flower of England, I shall lose the branch too.  


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