domingo, 22 de dezembro de 2013

Η Πόλις

Είπες· «Θα πάγω σ’ άλλη γη, θα πάγω σ’ άλλη θάλασσα.
Μια πόλις άλλη θα βρεθεί καλλίτερη από αυτή.
Κάθε προσπάθεια μου μια καταδίκη είναι γραφτή·
κ’ είν’ η καρδιά μου — σαν νεκρός — θαμένη.
Ο νους μου ως πότε μες στον μαρασμόν αυτόν θα μένει.
Όπου το μάτι μου γυρίσω, όπου κι αν δω
ερείπια μαύρα της ζωής μου βλέπω εδώ,
που τόσα χρόνια πέρασα και ρήμαξα και χάλασα.»

Καινούριους τόπους δεν θα βρεις, δεν θάβρεις άλλες θάλασσες.
Η πόλις θα σε ακολουθεί. Στους δρόμους θα γυρνάς
τους ίδιους. Και στες γειτονιές τες ίδιες θα γερνάς·
και μες στα ίδια σπίτια αυτά θ’ ασπρίζεις.
Πάντα στην πόλι αυτή θα φθάνεις. Για τα αλλού — μη ελπίζεις—
δεν έχει πλοίο για σε, δεν έχει οδό.
Έτσι που τη ζωή σου ρήμαξες εδώ
στην κώχη τούτη την μικρή, σ’ όλην την γη την χάλασες. 

Κ.Π. Καβάφης


The City

You said: “I’ll go to another country, go to another shore,
find another city better than this one.
Whatever I try to do is fated to turn out wrong
and my heart lies buried as though it were something dead.
How long can I let my mind moulder in this place?
Wherever I turn, wherever I happen to look,
I see the black ruins of my life, here,
where I’ve spent so many years, wasted them, destroyed them totally.”
 
You won’t find a new country, won’t find another shore.
This city will always pursue you. You will walk
the same streets, grow old in the same neighborhoods,
will turn gray in these same houses.
You will always end up in this city. Don’t hope for things elsewhere:
there is no ship for you, there is no road.
As you’ve wasted your life here, in this small corner,
you’ve destroyed it everywhere else in the world. 

Keeley and Sherrard (trad.)


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Livros do ano

Tudo o que não consta desta lista é oficialmente uma merda e pode ser guilhotinado (incluindo tudo o que se publicou no mundo inteiro e eu não li, inclusões na lista podem ser especialmente consideradas mediante o envio de um email com recensões obsequiosas a qualquer volume da minha obra completa que me sensibilizem singularmente para os vossos génios, learn, bitches, se eu estabeleço um sistema em que digo que é bom, estou a pontificar e isso é o que basta para ter kudos). 

The File on H, Kadaré
The Economy of the Unlost, Carson
A Death in the Family, Karl Ove Knausgaard
Os Cães de Tessalónica, Kjell Askildsen
Aimless Love, Billy Collins
Across the Land and the Water, W. G. Sebald
Servidões, Herberto Helder
Broken Hierarchies, Geoffrey Hill (não li, mas mal entrou em casa, desatou a empestar tudo com o cheiro de um dos dois únicos de ambos os tipos de poesia de qualidade que conheço: aquela que é grande e aquela que eu digo que presta).
Oração Fria, Antonio Gamoneda
Laços de Família, Clarice Lispector (desde 1920 livro do ano)
Os Grão-Capitães, Jorge de Sena (livro do ano desde 1919, o último parágrafo de "Homenagem ao Papagaio Verde" epitomiza todos os meus pensamentos sobre quanto é humanidade que para aí respira, alminhas).
The School Among the Ruins, Adrienne Rich
Estradas Secundárias: Doze Poetas Irlandeses, AAVV 
Men in The Off Hours, Carson (desconfio que também já tinha sido livro do ano em 2012) 
The Spirit Level, Heaney (tem um poema que começa assim: no such thing/ as innocent/ bystanding
Le Piccolle Virtù, Natalia Ginzburg (inclui: "Lui e io", "Il mio mistiere" e "I Rapporti Umani"e, se não incluísse também aquele ensaio em que com alguma injustiça diz muito mal de Inglaterra, também chegava).
& etc., Uma Editora no Subterrâneo (também não li, mas tem de constar da lista, a culpa fica com os gajos da Pó dos Livros, única livraria disposta a enviar livros para estrangeirados que conheço, que ainda não mo fez chegar).
Campo Santo, Sebald

Se as listas esperassem mais um pouco, desconfio que o Roots & Branches do Duncan ainda cabia aqui. 
Não me apeteceu fazer itálicos.