terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Coimbra

Já não tenho mais nada
a ouvir da cidade. Nem
sequer o silêncio que
esconde a torre

Um estudante ao canto da rua
vela parte do rosto. Tanto
negro.
Um cão, mija-lhe nas pernas, não
por engano, mas por caridade.
Confunde-o
nas fotocópias do seu saber.

Em Santa Cruz
ficou o primeiro rei
o tão velho mundo
as pequenas praças
a tempestade invade-nos
um requiem
uma cadência.

João Miguel Fernandes Jorge, O Barco Vazio, Colecção Forma, Editorial Presença, 1994

Sem comentários:

Enviar um comentário