quinta-feira, 24 de maio de 2012

Pelos de coelho

Talo, paneleiro, mais fofinho que o pêlo do coelho,
ou o fígado do ganso, ou o lobo da orelha,
ou a murcha pila de um velho e uma teia de aranha:
e tu mesmo, Talo, mais ladrão que uma violenta tempestade,
quando a deusa revela os mulherengos bocejantes,
devolve-me o pálio que me roubaste,
e o lenço de Sétabe e as tabuinhas da Bitínia,
meu estúpido, que descaradamente exibes como herdados.
Descola-os já das tuas unhas e devolve-os,
não te vão chicotes ardentes o tenro rabinho
e as mãos delicadas indignamente rabiscar,
e agitares-te tu de modo insólito, qual pequena nau
apanhada em mar alto por vento furioso.

(Catulo 25)

cinaede Thalle mollior cuniculi capillo
uel anseris medullula uel imula auricilla
uel pene languido senis situque araneoso
idemque Thalle turbida rapacior procella
cum diua mulierarios ostendit oscitantes
remitte pallium mihi meum quod inuolasti
sudariumque saetabum catagraphosque thynos
inepte quae palam soles habere tanquam auita
quae nunc tuis ab unguibus reglutina et remitte
ne laneum latusculum manusque mollicellas
inusta turpiter tibi flagella conscribillent
et insolenter aestues uelut minuta magno
deprensa nauis in mari uesaniente uento

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