sexta-feira, 7 de maio de 2010

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Meia-luz um beco uma curva tu vagueias pelo escuro. E caminhámos de mãos dadas através do mercado condenámos estes muitos anos que passaram e eles em chamas. Muitas janelas as portas no trinco a erva crescida. O peito aquecido como um anel e nos cruzamentos eu gritei «pato». Por esta porta entreaberta agora e a boca como quem espera a escuridão no interior um empregado de loja de penhores. Pode a sede ser saciada? Vestidos que se desvanecem como em sonhos um movimento em esperança de passar para lá do tempo e da carne - uma luz despida consome-te está do outro lado da rua um estúpido maneirismo.

Takis Sinopoulos


[*Tradução minha a partir da versão inglesa da edição de John Stathatos: Takis Sinopoulos, Selected Poems, Wire Press - Oxus Press, 1981]

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