sábado, 27 de fevereiro de 2010

Ela oscila e regressa,
a emoção.
Que é uma curva geométrica.
Ela é presa transtornada dos movimentos
contrários, da cabeça
conhecendo apenas a base pontiaguda.
Ela permanece de pé. Integra
o desequilíbrio, e nada vem pintar
a sua inscrição espacial, nada que não seja
quadrado ou redondo: uma lâmina da barba,
madeira exótica, tábuas, um
lintel, um precioso líquido sobre
a figura adormecida cheia de vento.

Gérard de Cortanze, O Movimento das Coisas, Isabel Aguiar Barcelos (trad.), Campo das Letras, 2002

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